Pontos Vitais: alvos em movimento
Mais tarde ou mais cedo, em todas as escolas de artes marciais surge a pergunta: " Quais são os melhores pontos vitais para neutralizar um adversário?", muito se escreveu sobre isto. Existem livros óptimos sobre este tema, analisando o corpo humano, nas suas partes mais vulneráveis e até os diversos modos de as percutir com toda a eficiência. Uma coisa é analisar, experimentar e procurar um ponto anatómico no sossego e segurança duma aula, outra muito diferente é fazê-lo durante um confronto, sob a influência directa de uma das mais fortes drogas conhecidas pelo homem a adrenalina!
Seja qual for a arte que praticamos e muito em especial se o nosso objectivo é a eventual aplicação prática dos nossos conhecimentos devemos sempre contar com esse grave obstáculo: as palpitações na garganta e na cabeça, a desorientação, a dificuldade em raciocinar e em tomar a iniciativa, a "visão de túnel", a tendência para "congelar", enfim, todos os sintomas que compõem este síndrome da ansiedade e medo que nos assalta quando nos vemos obrigados a enfrentar um adversário que não nos deixa outra alternativa senão lutar.
Já foquei a importância de um treino adequado e tão "real" quanto possível, por isso não vou insistir neste ponto. Direi apenas que o praticante deve estar treinado para, quando essa decisão se justificar e surgir, não esperar mais: Escolher os pontos vitais mais adequados (os "alvos") e proceder de modo a atingi-los, uma e outra vez, até incapacitar o adversário. O componente crítico que liberta a nossa capacidade de nos socorrermos de todas as oportunidades durante um combate está não só no treino do corpo, mas igualmente num treino correcto da mente. Dê a esta uma ordem incorrecta, ou a que não esteja habituada e "adaptada" (como bater fortemente na face ou nos genitais de alguém) e ela hesitará; a hesitação causa medo; o medo faz com que você "congele". E isto, numa luta iminente com um assaltante violento, é desastroso.
Respondendo à pergunta inicial (quais os melhores pontos vitais "alvos" a atingir durante um combate): os melhores alvos serão os mais acessíveis à nossa posição e situação específica. As áreas mais sensíveis, e mais fáceis de atingir, do corpo humano são: olhos, nariz, garganta e genitais. Há outros (fígado, rins, joelhos) mas acontece que são mais difíceis de atingir de modo eficaz, pois ou são mais pequenos ou estão mais bem defendidos pela sua disposição e constituição do corpo humano. Os acima mencionados, pela sua situação, são facilmente acessíveis, praticamente desprotegidos por músculo ou osso e muito, muito sensíveis. De qualquer forma, a escolha dum alvo depende muito da situação e da sua especificidade (acesso aos alvos, posição do atacante e do praticante, força e destreza do segundo, entre outros).
Há cerca de 170 alvos viáveis no corpo humano, que podem causar uma resposta previsível quando percutidos com mais ou menos força. Os melhores deles são aqueles que mais facilmente podemos atingir. É por isso que se deve estudar os principais alvos, para os conhecer e poder utilizar se a isso for obrigado.
Assim: 1º - Decida atacar; 2º - Veja que alvos estão acessíveis; 3º - Ataque-os até os atingir. 4º - Continue o ataque até o adversário ficar incapacitado ou você conseguir fugir. 5º - Fujaaaa!